Em setembro, a maior rede social que existe, o Facebook, sofreu um ataque cibernético de grandes proporções, com cerca de 50 milhões de usuários tendo suas informações expostas. O acontecimento ligou o sinal de alerta dentro das empresas brasileiras.
Em setembro, a maior rede social que existe, o Facebook, sofreu um ataque cibernético de grandes proporções, com cerca de 50 milhões de usuários tendo suas informações expostas. Grandes empresas de importantes setores da economia, como varejistas e instituições financeiras, também tiveram dados acessados no período. O acontecimento ligou o sinal de alerta dentro das empresas brasileiras. “Todas as companhias que têm informações de terceiros em seu sistema, como corretoras e bancos, por exemplo, já estão procurando uma forma mais contundente de protegê-los”, comenta Leandro Freitas, superintendente de riscos financeiros da MDS Brasil, referência global em seguros, resseguros e consultoria de riscos.
“Acreditamos que a lei sancionada (a General Data Protection Regulation, de maio desse ano) vai aumentar a atenção a esse tipo de risco e o Cyber Risks será, num futuro muito próximo, uma solução cada vez mais solicitada por grandes corporações preocupadas em guardar dados de seus clientes e fornecedores”, completa. Apesar de ter partido do bloco europeu, o movimento já se reflete em terras brasileiras: no mês de agosto, o presidente Michel Temer aprovou o projeto de lei sobre a coleta e tratamento de dados pessoais no Brasil. A regulamentação, que entra em vigor no início de 2020, já funciona como uma espécie de sinal para que as empresas brasileiras procurem formas de se prevenir de ataques cibernéticos.
No entanto, a percepção de ameaças dessa natureza está em nível primário, uma vez que as consequências relacionadas a esse tipo de crime ainda são pouco conhecidas. No âmbito das seguradoras, por exemplo, a constatação dos perigos traz à tona um importante questionamento: como precificar uma apólice quando não se tem o total conhecimento dos prejuízos que os ciberataques podem proporcionar? Para Thiago Tristão, diretor de riscos empresariais da MDS Brasil, essa resposta só pode ser obtida a partir do estudo do mercado: “Todas as empresas terão que se adequar, inclusive as seguradoras. Para evitar invasões em seus sistemas e usos irregulares dos dados, as companhias precisam estudar as ameaças já constatadas no mercado até o momento e se basear nelas para elaborar planos de gerenciamento bem estruturados”, explica.
Leandro Freitas também reforça que a contratação do Seguro de Cyber Risks oferece possibilidades de respaldo que vão além da compensação financeira – como a proteção contra danos à reputação, por exemplo. “Por meio da seguradora, é possível disponibilizar um mediador para lidar com hackers e evitar o vazamento das informações, ou até mesmo trocar o servidor do sistema para evitar que os dados sejam divulgados. Em suma, a função do seguro é evitar quaisquer arranhões reputacionais à marca”, finaliza.